
Mediação e curadoria:
Erica Martinelli Munhoz
Antes de ser conhecida como a “avó do punk”, Patti Smith já escrevia poemas provocativos, unindo o universo da contracultura e a tradição literária, simbolismo e estética punk. O imaginário poético rico dessa escritora, apesar do seu imenso sucesso das últimas décadas, ainda não foi plenamente explorado pelos estudos acadêmicos.
Data: 3 encontros em JUNHO nos dias: 03/06, 10/06 e 17/06
Horário: das 19h às 21h
Local: Presencial na Livraria Candeeiro R. Dr Vieira Bueno, 170 | Cambuí - Campinas, SP
Valor: R$375,00/total
Apresentação:
Patti Smith: poeta primeiro, rockstar depois
Conhecida como “avó do punk”, Patti Smith se tornou referência literária a partir do best seller Só Garotos (2010), mas sua produção literária data dos anos 1970, quando publicou diversos volumes de poesia profundamente inspirados por importantes nomes da tradição literária. Estabelecendo um diálogo provocativo entre a “alta” tradição literária e a contracultura, saltando entre Arthur Rimbaud e Jim Morrison, Allen Ginsberg, Sylvia Plath e Jimmy Hendrix; a produção poética de Smith ainda foi pouco traduzida e estudada entre nós. Neste curso vamos explorar seu encontro provocador e produtivo entre cultura pop e literatura, além das potências disruptivas de sua produção poética e performática, que põe em xeque questões de gênero, nos diversos sentidos da palavra.
Encontro 1: “rock poetry”: A poesia de Patti Smith e a Contracultura dos anos 1970:
Poesia e performance: introdução à escrita de Smith; Contexto da Contracultura em Só Garotos (2010); Erotismo e violência – o texto como jogo poético-erótico; Experimentação literária, performática, musical. Comparações entre poemas e suas versões que se tornaram canções.
Encontro 2: Patti Smith e a tradição literária
Blake, Rimbaud, poetas malditos, Sylvia Plath. Diálogos da sua poesia com a tradição literária; Fetichização dos escritores – relação com a fetichização dos astros e estrelas da contracultura; O túmulo de Sylvia Plath em Linha M.
Encontro 3: Dissolução de gênero e de gêneros
Autoficção, poesia e prosa, performance de gênero. Dissolução de gêneros textuais, dissolução do gênero (performance). Questões de gênero na sua poesia e na sua prosa. Performance de gênero: o sujeito do rock e a figura feminina. Questões de gênero literário: Como Smith trabalha as fronteiras entre prosa e poesia, ficção e autobiografia. “Por que escrevemos?” – ensaios sobre escrita e ficção contemporânea de Smith no livro Devoção (2016).
Sobre a mediadora:
Erica Martinelli Munhoz é doutora em Teoria Literária pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde defendeu em 2023 a tese “‘Não há nada entre nós’: Uma (im)possível tradição poética de mulheres no imaginário de Ana Cristina Cesar, Adília Lopes e Patti Smith”. Em 2017 obteve o título de mestre com a dissertação “As Luvas, As Lâminas, O Estilete da Sua Arte: Intertextualidade e Leitura Feminina em Ana Cristina Cesar”. É graduada em Letras pela Universidade de São Paulo. Possui artigos a respeito de crítica literária feminista, tradição, e poesia, como “Imaginação poética e complexo de cultura: uma leitura bachelardiana dos cisnes de Fiama Hasse Pais Brandão” (revista FronteiraZ, 2024); e “Poesia em fogo pelos ares”, no dossiê da Revista Cult em homenagem à poeta Ana Cristina Cesar (republicado na edição impressa Ficções do Feminino, em 2024). Participa do grupo de pesquisa de hermenêutica de mulheres, Mulherando, coordenado pela professora Cristina Henrique da Costa na Unicamp. Com intuito de expandir a discussão em torno da construção da memória literária de mulheres, está interessada na investigação dos acervos e bibliotecas pessoais de autoras. Para tanto, inicia em março de 2025, na Universidade de São Paulo (USP) a pesquisa de pós-doutorado “Ana Cristina Cesar leitora de mulheres”, dedicada à investigação das redes de leitura entre mulheres evidenciadas na biblioteca pessoal da poeta carioca. Erica também publicou duas plaquetes de poesia: “Pânico de Terrorismo”, 2021; e “Fio Condutor” (em conjunto com o Coletivo Zarafas), ambas pela editora Primata, que será também responsável pela publicação do seu primeiro livro de poemas, “Faqueiro de Papel”, ainda em 2025.
Contato:
Instagram: @erica.martinelli.munhoz e @porta.poeta E-mail: ericammz@hotmail.com
Bibliografias:
(10% de desconto nas compras dos livros na Candeeiro)
Encontro 1:
Bibliografia:
Babel (1979) e suas publicações independentes dos anos 1970, reunidas em Early Work (1994). Material de difícil acesso: uma apostila com a seleção dos poemas será disponibilizada. Alguns poemas serão traduzidos para o português pela professora, outros serão lidos no original durante o encontro.
Bibliografia complementar:
Só Garotos (2010);
Artigo “Negociando a selvageria: a mulher e o mal na poesia de Patti Smith” (MUNHOZ, Erica M.: In: DA COSTA, Cristina H.: Dos Males o Maior: Ensaios hermenêuticos sobre o mal de mulher e as mulheres do mal em textos de literatura.). O livro está no prelo, será disponibilizado online. Caso necessário, o artigo será disponibilizado à parte para os alunos.
Encontro 2:
Bibliografia:
Linha M (2016) - Será discutido o capítulo “Demônios Aéreos da Tempestade”.
Apostila disponibilizada com poemas selecionados de Babel, Early Work e Auguries of Innocence.
Encontro 3:
Bibliografia:
Devoção (2019)
Trechos dos livros Woolgathering, Só Garotos, Linha M, Babel, disponibilizados em apostila.
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